segunda-feira, 17 de outubro de 2011

APDARTES NA CONFERÊNCIA NACIONAL DA JUVENTUDE

Representando o Segmento da Cultura, por meio da APDARTES (Associação Peabiruense para o Desenvolvimento das Artes), o peabiruense Wanderley Mafra foi escolhido para representar o Estado do Paraná na Conferência Nacional da Juventude, a ser realizada em dezembro deste ano, em Brasília-DF.
Por meio de eleição direta durante a Conferência Estadual da Juventude, em Maringá, o ator, monitor de dança e servidor da Secretaria Municipal de Educação Cultura, Esporte e Lazer de Peabiru teve a votação mais expressiva entre os candidatos a Delegado Nacional. O evento em Maringá reuniu 1.300 representantes da juventude de todo o Estado, quando em pauta se discutiu o tema “Politicas Públicas para a Juventude”.
Segundo Wanderley Mafra, “durante o evento senti uma diversidade muito grande de segmentos da Juventude organizada, várias expressões lutando cada um por sua causa, vi a juventude afro-descendente, das Igrejas, GLS, MST, Pastorais, juventude dos partidos políticos, entre outros. Fico feliz em saber que vou a Brasília, levar o nome de nosso município, este que por ser de pequeno porte, muitas vezes tem a voz sufocada. Estarei representado o Estado, mas sempre peabiruense de coração”.
Como proposta a ser defendida em Brasília, Mafra complementa: “Precisamos de uma juventude protagonista e não passiva. Precisamos não que façam alguma coisa pelos jovens, mas que as políticas públicas estimulem a juventude a fazer algo por si mesma, que levem-na a sair do comodismo e da passividade. Desejo mostrar a todos que o Paraná existe, e principalmente que Peabiru existe e que as pequenas cidades também precisam de políticas públicas para juventude”.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O PROFESSOR NO SÉCULO XXI: ARTE & PEDAGOGIA

Todo professor é um artista. Busca dia-a-dia, atrelada as teorias pedagógicas, maneiras de cativar a atenção dos alunos rumo a aprendizagem. A sala de aula, o palco; os alunos, o público que mais importa.
Assim, em homenagem ao Dia do Professor, sábado, dia 15 de outubro, escolhemos três personagens da Rede Municipal de Ensino de Peabiru, figurinhas carimbadas dos eventos da APDARTES, para representarem toda a classe. Professores que além da arte de lecionar, cultuam a arte de escrever. Professores-escritores, os quais mesclam o amor desmedido pela profissão com o prazer de desvendar os segredos ocultos das palavras escondidas no cotidiano escolar e da vida.
Por ordem alfabética, eis nas três postagens que se seguem o depoimento e algumas linhas da poesia das Professoras Eliane Regina, da Escola Princesa Isabel, Maria de Fatima Cruz, do CMEI Mãe Dolores e Zilda Siqueira, da Escola São José.

PROF.ª ELIANE REGINA: “ALFABETIZO COM A ALMA”

PROFESSORA ELIANE REGINA
ESCOLA MUN. PRINCESA ISABEL

Refletindo como deve ser o professor no Século XXI, vejo que o caminho é ir além. Na verdade, nós temos que trabalhar a realidade nossa, nossa cidade, nossa escola, nossa vida. Muitas vezes percebemos que o livro didático vem de longe, que não tem muito a ver com nossa história aqui. Para contornarmos tal fato, se faz um gancho daqui, outro gancho dali e vai se construindo a aula, com a cara e a realidade de nosso aluno, que é o mais importante.
Já faz mais de 15 anos que leciono e para dar aula busco outras formas, para ir sempre além. Uso as cantigas de rodas, pois nada melhor que alfabetizar com música, cantando, criando e aprendendo. Os alunos fixam na cabecinha e vão cantando com gente e isso é uma emoção (olha... eu estou até emocionada só de falar). Nesta busca de ir além as ideias vão surgindo. Construímos também paródias, as quais ficam gravadas na memória das crianças.
Quanto à poesia, trabalho com eles a partir das rimas, em cima de temas, que expomos nas aulas. Da Canção do Exílio (do poeta Gonçalves Dias) fizemos vários trabalhos em cima da obra. Também elaboramos um projeto sobre a História de Peabiru, passeamos pela cidade, colhemos informações, chegamos à sala e construímos uma poesia sobre o tema. Adoro o que faço e sempre busco novas ideias. Os alunos adoram, adoram escrever. Alfabetizo com a alma.
Portanto, o Professor destes tempos tem que buscar sempre mais, o novo, não ficar preso dentro dos livros didáticos. Busco alfabetizar minhas crianças, para que elas sejam críticas, tenham ciência das coisas, mas por meio de coisas reais próximas a elas. Busco sempre formas que faça esta criança pensar na sua vida de cidadã, como parte da sociedade. Ás vezes penso que eu como professora podia fazer bem mais, que é pouco ainda o que eu faço, sempre com um “pezinho” de querer mais, pois sempre quero tudo melhor, sempre melhor para eles.



CANÇÃO DO ESTUDANTE

“Minha escola tem estudantes
Onde querem aprender.
Os alunos que aqui estudam,
Estudam pra valer.
Nosso ler tem mais prazer,
Nosso escrever mais emoção,
Nossa aula tem mais vida,
Nossa vida mais realização.”

PROF.ª MARIA DE FÁTIMA : “EDUCAR É LIBERTAR”

MARIA DE FÁTIMA CRUZ
PROFESSORA C.M.E.I MÃE DOLORES

Ser professor nos dias de hoje vai muito além de dar aulas ou repassar conteúdos. O amor a profissão é o divisor de águas para esta ação educacional tão nobre.
Os problemas sociais, emocionais, e a falta da presença dos pais no dia a dia dos filhos, nos deixam a mercê da real função da escola e de sermos educadores. Toda esta diversidade diante do professor o torna vulnerável entre a razão e a emoção. Como levar uma criança a aprender com tantas questões mal resolvidas em sua vida?
Sabemos que precisamos ver este aluno como um ser Biopsicossocial não somente como um aprendiz ilhado, pois todas as dimensões presentes no seu dia a dia interferem em sua aprendizagem, no seu comportamento, no seu jeito de ser e estar no mundo.
O grande desafio de ser um professor/ educador e comprometido com o futuro de seres tão pequeninos e vulneráveis ao meio em que vivem, é levá-los a aprender a ser autônomos, críticos e felizes apesar de seus conflitos.
Se quisermos dias melhores, uma sociedade melhor, “temos que fazer hoje”. Pois a sociedade também é produto de nossa prática pedagógica e de nosso trabalho. Para isso se faz necessário quebrar paradigmas, abrir caminhos, ousar o novo, crescer e superar nossas próprias dificuldades de formação, desejar mudança, decidir com responsabilidade, compartilhar conhecimentos e termos consciência de que a função da educação é libertar, transformar e emancipar o ser humano, respeitando seus direitos e seus deveres.

Ser mestre
... Ser mestre é desdobrar-se em duas vidas...
Uma sendo destino e a outra escolhida...
... Ser mestre é sonho dobrado, é sempre dois ideais...
É Doar-se sem esperar nada em troca, é querer sempre mais.
... Ser mestre é de fato, formar doutores e morrer no anonimato”.

PROF.ª ZILDA SIQUEIRA: “DIGA AO ALUNO: EU AMO VOCÊ”

PROFESSORA ZILDA SIQUEIRA
ESCOLA MUN. SÃO JOSÉ

Meu pai comprava livros pela capa, ele não sabia ler e me fazia ler palavra por palavra, e as que eu não sabia mandava anotar para perguntar na beira da estrada, para alguém que soubesse ler. Depois que aprendi, ensinei ele e a mãe a ler. Era desejo dela que eu fosse professora, embora eu não gostasse muito da ideia. Anos depois, um dia que não tinha professor na escolinha da zona rural, eu entrei na sala com 25 alunos e hoje estou aqui, professora. Na minha forma de pensar hoje o professor não é só professor, ele é pai, ele é irmão, ele é tudo, ele é a família da criança. E o professor hoje tem que amar muito a profissão dele, se ele não gostar do que faz, não adianta, ele pode encerrar a carreira. Mas eu trabalho como professora já conta 25 anos, não acho que está tão difícil para lidar com as crianças. Tem que ter muito jogo de cintura. O professor às vezes tem que ser um pouco criança junto com eles e um pouco palhaço. Que é o que faço muito na sala de aula com eles (risos). Ás vezes quando vejo que clima está muito pesado, levo para o lado da brincadeira para descontrair, por que se for levar tudo a sério, não se consegue trabalhar. Esta difícil, mas tem que amar o que faz. Se o professor souber levar a situação, ele consegue se sair bem. O amor acima de tudo, pois tem que amar o que faz e dar muito carinho para estas crianças e procurar conversar muito com eles. Não tem um aluno que mesmo, mesmo sendo adulto, que resista se você olhar para ele e disser: “Eu amo você”. Falo isso por que já aconteceu comigo, de olhar para o aluno, ele sendo rebelde na sala, olhar nos olhos dele, e dizer:” eu amo você”. E eu sempre falo isso para eles. Que são presentes de Deus e que eu amo muito eles. Eles gostam de ouvir isso. E se você quer desmontar um aluno, é dizer isso. Se quer dominar o aluno é dizer olhando nos olhos, “eu amo você”. Às vezes ele me responde e eu falo: “Olha para mim, que eu estou falando para você! Eu estou falando isso por que eu amo você”. Hoje é coisa mais difícil as pessoas conversarem com o filho, dizer que o ama, em casa, devido a correria diária, de o pai sentar com a criança e dizer como o filho é importante para ele, que o ama. Então a criança vai buscar isso na sala de aula, com o professor. Agora, se o professor não tiver equilíbrio, jamais vai conseguir nada, será agressividade em cima de agressividade. Até agora não encontrei problema justamente por isso. Eu tenho muito amor no que eu faço e temos que dizer as crianças que os amamos, pois eles gostam de ouvir isso.
Quanto à poesia, eu a utilizo na sala de aula. Confesso que não gostava de poesia, mas quando comecei a fazer um curso de proletramento, a professora me incentivou a trabalhar com versos (antes eu trabalhava com música na sala). Comecei a trabalhar com versinhos, a escrever para mim mesmo e agora eu uso dentro da sala de aula, pedagogicamente, e eles estão gostando. Tudo que vamos trabalhar eles pedem para ser com poesia. Enfim, a poesia hoje é algo que me faz bem, é como um brinquedo que a gente descobre, é um sentimento: às vezes está lá no fundo, e não foi mexido e quando alguém mexe, aí aflora. Vai se descobrindo aos poucos. Cada dia aparece uma poesia nova escrita pelos alunos na escola. De sala em sala, a poesia esta tomando conta, como uma semente. Só precisamos estimula-los a escrever.


“Mestre Amiga”
Estou aqui e quero aprender
Com amor, quer me ensinar?
Uma coisa tenho certeza
De mim há de se orgulhar se por ironia do destino
Na vida eu tropeçar não ás vezes culpada
Um dia vou me levantar com saudade e carinho
Da Senhora quero lembrar